28.9.07

 

Reinata Sadimba



É com um grande encantamento, pelo que pude observar, do trabalho de Reinata Sadimba, que venho aqui apresentá-la no blogue. Não que Reinata precise de apresentações. Ela é claramente conhecida (...não sei se reconhecida por quem devia).É a Rosa Ramalho moçambicana!


Foi maravilhoso poder ver como Reinata modela as suas obras!

Encontramo-la no Espaço Gesto, esta semana, no Porto. Partirá para Itália no sábado.


Falo em encantamento ,porque na realidade é como encantado que se fica, observando esta ceramista trabalhar. São mágicas as suas mãos que calmamente nos fascinam modelando as suas peças. Fiquei horas a vê-la. Como eu, outras pessoas que passaram por lá naquele dia. Não se tira os olhos , tal o fascínio! E vão surgindo mulheres fortes ,que protegem e acarinham os seus filhos,um útero com um filho lá dentro que espreita,sementes da terra que se espalham. Ela em todos toca, retoca, acaricia, pousa e volta a deixar descansar, sorri, por vezes solta uma gargalhada cristalina ....e continua...assim horas e horas. Conversa também um pouco...ora na sua língua,ora num pouco de português, espreitando o seu auditório com curiosidade e fazendo também ela perguntas. Todos a tratam por MAMÃ REINATA.



Foi em Mueda, Norte de Moçambique, berço da cultura Makonde, que Reinata Sadimba aprendeu a trabalhar com o barro. Primeiro, para fabricar objectos utilitários, como pratos e cântaros, de acordo com a educação tradicional da etnia Makonde, depois, para criar peças
saídas da sua imaginação. A transformação aconteceu em 1975, num período de “sofrimento”, que coincidiu com o divórcio da autora. Reinata acompanhara o marido desde1972, durante a luta armada, tendo inclusive ingressado na Frelimo, mas no final da guerra viu-se obrigada a seguir um caminho próprio. Foi então que, seguindo a tradição Makonde,pediu ajuda aos antepassados, a quem atribui a orientação:
“Sonhei que alguém me dizia para não fazer mais os potes
em barro e para começar a fazer as figuras”
, afirma Reinata. As primeiras peças conquistaram o suíço Max Honegger, que deu a conhecer a arte de Reinata, para além das fronteiras de Mueda, tendo sido também responsável pela primeira exposiçãoda autora, na Tanzânia, em 1987.Quando, em 1992, Reinata decide mudar-se para Maputo, as peças em barro ganham ainda maior visibilidade e o nome deReinata Sadimba associa-se às formas arredondadas das esculturasde barro, algumas pintadas a grafite, com simbologia
e traço característicos. “Tento contar histórias, mostrar sentimentos,exprimir o sofrimento dos povos africanos, mas tambémvou buscar inspiração às tradições da minha aldeia. Acontece-me muitas vezes sonhar com as peças, então, levanto-
-me de noite e vou trabalhar no barro, para não me esquecerda ideia”
, conta a ceramista. As peças ganham depois forma e nome, como “a beleza Makonde”- uma boneca com tatuagens iguais às do povo Makonde que se olha ao espelho. Em Moçambique, o trabalho de Reinata é cada vez mais apreciado, até porque marca a diferença: “A maioria dos africanos
trabalha com madeira de pau-preto, que já se encontra tanto na galeria como na rua. Isso não acontece com as peças em barro, mais originais e raras”
, sublinha. Reinata trabalha e expõe num espaço do Museu de História Natural, em Maputo, mas planeia abrir um espaço próprio, onde pretende concretizar o sonho de ensinar a sua arte.Para já continua a divulgar o seu trabalho em Portugal e noutros países da Europa. Aos 59 anos, a autora confessa passar “horas e horas” em volta do barro, mas revela também ter outros hobbies, como a dança, já que pertence a um grupo de danças populares que organiza recepções oficiais em Maputo.

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26.9.07

 

Obras-primas da cerâmica japonesa no Museu Soares dos Reis, Porto, até 02 de Dezembro


Cerâmica Jomon é uma das mais antigas do Mundo

O Museu Nacional de Soares dos Reis inaugurou a 19 de Setembro, a exposição Obras-Primas da Cerâmica Japonesa, que ficará patente até 2 de Dezembro.

Esta exposição é organizada pela Agência para os Assuntos Culturais do Governo do Japão, pelo Instituto dos Museus e da Conservação, e pelo Museu Nacional de Soares dos Reis. Resulta do intercâmbio cultural entre Museus Japoneses e o Museu Nacional de Soares dos Reis, que em 2005, cedeu o par de biombos Namban da sua colecção para a exposição que marcou a inauguração do Museu Nacional de Kyushu e recebe agora oitenta e uma peças de cerâmica japonesa, provenientes de vários museus e de colecções particulares do Japão.

Como complemento das peças vindas do Japão serão apresentadas porcelanas japonesas provenientes de colecções portuguesas.

O objectivo desta exposição, única na Europa, é dar a conhecer ao público uma panorâmica da cerâmica japonesa, desde os seus primórdios, com uma peça do séc. XX a. C., até aos nossos dias.

A actividade cerâmica no Japão é muito relevante e muito considerada, quer pelo Governo, que desenvolve grandes esforços no apoio aos seus artistas e artesãos, quer pelo povo em geral, que a acarinha e aprecia. A cerâmica reveste-se de características muito peculiares na cultura japonesa e esta exposição permite compreender a evolução das formas, técnicas e expressões artísticas que se foram manifestando ao longo da história do Japão, começando pelas cerâmicas arqueológicas, passando pelas peças da cerimónia do chá do período Momoyama, as belas porcelanas exportadas para a Europa ou feitas de propósito para os senhores japoneses ou as obras de conceituados artistas contemporâneos, que são considerados pelos japoneses como "Tesouros Nacionais Vivos".

Ao longo dos cerca de dois meses e meio em que a exposição poderá ser vista, o Museu promove várias actividades e onde se salientam as conferências realizadas em colaboração com o Centro de História de Além-Mar , da Universidade Nova de Lisboa e as oficinas, com temas relacionados com a cultura japonesa.

Trata-se do único museu europeu onde a exposição será apresentada em 2007 e é aqui complementada com peças japonesas de colecções portuguesas.
Pena que consultando a página electrónica do
Museu Nacional de Soares dos Reis, esta não esteja actualizada - a última exposição que consta é de 2002!!!- não mencionando tão importante exposição.

Foto recolhida do blogue Wild Is The Wind

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21.9.07

 

Postagem Pela Paz


Peace Train by Yusuf Islam (Cat Stevens)



Um desafio virtual com efeitos reais
Em 1999, o cineasta britânico Jeremy Gilley iniciou esforços para instituir um dia anual de cessar-fogo global e não violência, depois de se aperceber que não havia qualquer data fixa para a celebração de algo tão universal como a paz. Dois anos depois as Nações Unidas aprovaram por unanimidade a criação do Dia Internacional da Paz, a assinalar todos os anos a 21 de Setembro.
O Mudar o Mundo decidiu associar-se a este evento através da iniciativa Posts pela Paz. Esta consiste em desafiar cada blogger a publicar nesse dia um post sobre o tema. Pode ser uma reflexão ensaística, um poema, uma fotografia, uma música, um vídeo, tudo o que a imaginação e a Internet permitirem, desde que a mensagem transmitida remeta para um ideal de paz.
Deste lado, comprometemo-nos a ser um ponto de partida para essas várias reflexões e, numa parceria com a Biosani, a entregar a instituições que dele necessitem um Pão Moinhos Vivos por cada post que adira à iniciativa. Assim, além de passarmos a mensagem online, podemos fazer também uma pequena diferença no mundo real.
Faz também a diferença e publica um post pela paz!

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